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quarta-feira, 16 de junho de 2010

TUDO DEPENDE DA SEMENTE

O trabalho da educação é uma tarefa de inseminação. A transformação do ser, objetivo sublime da educação, precisa passar pelos estágios naturais: a preparação do solo, depois a semente nele é depositada, passa pelas tormentas na intimidade da terra, busca a luz do sol e inicia seu crescimento. A frondosa árvore em nada lembra a "inexpressiva" semente. Assim somos nós.

No cortejo do tempo, partindo de um ponto aparentemente insignificante, damos início à grande epopéia da evolução. Somos sementes, passamos pelos tormentos das experiencias no seio da carne e impulsionados por um anseio inerente, buscamos a luz da verdade, o sol do Criador, atingindo a plenificação da consciencia divina. Talvez seja isso que o espirito Joanna de Angelis quis dizer referindo- se a diluição de nossas sombras na luz de que somos constituídos na essencia. Educar-se talvez seja o equivalente a um Big Bang interno, um fiat lux da alma, permitindo, através dessa moldagem no tempo, dessa educação interior, o desenvolvimento da consciencia crística. As sombras internas, que representam fases atravessadas na construção da individualidade ao longo dos milênios, são transmutadas em luz pois representam, apenas, desconhecimento do que se é. Quando a consciencia desponta, o ser vai se acendendo. Adiante, o espirito nobre, poderoso, em nada lembrará a alma trôpega, apática e insegura dos primeiros tempos.

Podemos afirmar que os tormentos que a semente humana experimentará são os embates de toda a sorte que vivenciamos nos mundos inferiores. Lutas acerbas preparam a alma para sua gloriosa destinação. Frustrações dilacerantes abrem clareiras no ser, onde penetrará cada vez maior cota de verdade e sabedoria. Decepções para conosco mesmo e com os outros nos ensinam, amargamente, algo mais sobre quem somos, o estágio em que nos encontramos e para onde nos drigimos.

Quanto mais nos embriagamos com a ilusão da matéria mais sentiremos sede de auto-realização. A posse do transitório levará, mais dia, menos dia, à ânsia de tomar posse de si mesmo. Quanto mais se tem "coisas" mais se perde a si mesmo. Quando não se conquista a maturidade escraviza-se por dentro.

Estamos brotando. Uns como a semente no terreno adubado, preparado pelo agricultor da vida (nós mesmos). Outros, semelhantes a sementes que caíram em terrenos problemáticos, que necessitam de melhor preparo. Estamos, porem, despontando. Essa é a sublime realidade.

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