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terça-feira, 1 de março de 2011

MARCAS DA ABNEGAÇÃO

Desde minha adolescencia, já espirita, escutava falar no trabalho do médium Lyra. Era o "seu" Lyra. Nunca soube o seu nome completo e até hoje não sei. Falava-se dos trabalhos maravilhosos que aconteciam através de sua mediunidade de efeitos físicos, no Centro Espirita Manoel Quintão, cidade de São Lourenço, área metropolitana de Recife. segundo várias testemunhas, os espiritos se materializavam e curavam as pessoas. Ouvi de pessoas idôneas depoimentoos incríveis. Trabalho belo. Trabalho sério.

Às vezes escuto alguem falar com desdem das materializações. Eu, particularmente, sinto muito carinho por elas, sobretudo, aquelas voltadas para tratamento de pessoas aflitas e desenganadas, como ocorria com o extraordinário Peixotinho. É minha veia científica. Gosto das pesquisas e dessa ligação intensa entre os dois mundos. Em trabalhos como esses, forças profundas atuam sobre a Terra. E os céus parecem baixar ao planeta.

Há cerca de dois anos pude conhecer o irmão Lyra. Já não exerce o trabalho das materializações. Já está com idade avançada. Fui até ele através de um amigo em comum, meu amado Geceraldo Cerqueira. Idoso,mãos trêmulas mas ainda atendendo os necessitados através das consultas pela psicofonia. Foi um momento de grande contentamento conhecer médium com tal dedicação e perseverança. Fico imaginando suas lutas íntimas, as batalhas intensas consigo mesmo e para com as incompreensões dos próprios co-irmãos de ideal. Ah, se as pessoas entendessem as imensas lutas que os que se dedicam à mediunidade com Jesus travam...!

O sorriso do médium em nossa apresentação e suas carinhosas palavras ao meu respeito me comoveram. Foram palavras de doce estímulo. Surpreendeu-me pelas informações que fez. Estava feliz por te-lo conhecido. E ele me afirmou que tambem desejava me conhecer pessoalmente. Olhei-o demoradamente e vi as marcas da abnegação no seu organismo alquebrado, na sua falta de visão. Está cego mas com um sorriso na face e a mesma dedicação aos que padecem. "Seu" Lyra, caro irmão, que bom se o mirássemos mais. E nos dedicássemos mais ao ideal. Obrigado amigo.

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