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sexta-feira, 22 de julho de 2011

UM POUCO DE NERUDA

Aqui vai um pouco de um poeta que admiro intensamente. Sua poesia tem a ardencia da vida e o amor que se deve ter. Um pouco de Pablo Neruda, poeta do Chile.


"...Me lembro como eras no último outono. Eras a boina cinzenta e o coração em calma. Nos teus olhos brilhavam as chamas de crepúsculo. E as folhas caíam na água de tua alma.
Colada aos meus braços como uma trepadeira, as folhas recolhiam tua voz lenta e em calma.
Fogueira de espanto em que minha sede ardia.. Doce jacinto azul torcido sobre a minha alma.

Sinto viajarem teus olhos distantes e é distante o outono: boina cinzenta, voz de pássaro,
e coração de casa, para onde emigravam os meus profundos desejos e caíam os meus beijos alegres como brasas.
Céu visto de um navio. Campo visto dos montes: tua lembrança é de luz, de fumaça, de lago em calma.!
Mais para lá de teus olhos ardiam os crepúsculos.
Folhas secas de outono giravam na tua alma.

Gosto de ti quando calas porque estás como ausente e me ouves de longe,
e a minha voz não te toca. Parece que que os olhos tivessem voado de ti e parece que um beijo te fechara a boca.
Como todas as coisas estão cheias de minha alma emerges das coisas cheia de minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma e pareces com a palavra melancolia.

Gosto de ti quando calas e estás como distante. E estás como que te queixando, borboleta em arrulhos. E me ouves de longe e a minha voz não te alcança: deixa-me que me cale com o silencio teu. Deixa-me que te fale tambem com o teu silencio claro como uma lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, calada e constelada. Teu silencio é de estrela, tão longínquo e singelo.
Gosto de ti quando calas porque está como ausente, distante e dolorosa como se tivesses morrido. Uma palavra então, um sorriso bastam. E estou alegre, alegre de que não seja verdade. "

5 comentários:

  1. Muito bonito os poemas do Neruda, não sabia dele, mas depois que li aqui, procurei mais alguns e realmente são lindos...

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  2. CONVITE!O NÚCLEO ESPÍRITA LUZ DA FRATERNIDADE,LOCALIZADO À R. FELIPE DOS SANTOS,72.U-R-5-IBURA-RECIFE,REALIZARÁ DIA 30-07-11(SÁBADO),ÀS 20:00 HORAS,COM O IRMÃO FRANCISCO BARBOSA DA CIDADE DE BOM JARDIM,FALANDO SOBRE "MEDIUNIDADE",MOSTRANDO EM EM TELÃO ALGUNS FENÔMENOS MEDIÚNICOS NA BIBLÍA,FATOS NO LIVRO DOS MÉDIUNS E OS BASTIDORES DE UMA SESSÃO MEDIÚNICA.PEDIMOS PARA CHEGAR 30 MINUTOS ANTES PARA ASSISTIR UM FILME COM DIVALDO FRANCO.AGRADEÇO A DIVULGAÇÃO COLOQUEI NOS COMENTÁRIOS,POIS NÃO SABIA ONDE COLOCAR PARA DIVULGAR.MUITA PAZ MEUS IRMÃOS.

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  3. Fred, Neruda é um dos meus prediletos. Um pedacinho mais de sua poesia:

    O teu riso - Pablo Neruda

    Tira-me o pão, se quiseres,
    tira-me o ar, mas não
    me tires o teu riso.

    Não me tires a rosa,
    a lança que desfolhas,
    a água que de súbito
    brota da tua alegria,
    a repentina onda
    de prata que em ti nasce.

    A minha luta é dura e regresso
    com os olhos cansados
    às vezes por ver
    que a terra não muda,
    mas ao entrar teu riso
    sobe ao céu a procurar-me
    e abre-me todas
    as portas da vida.

    Meu amor, nos momentos
    mais escuros solta
    o teu riso e se de súbito
    vires que o meu sangue mancha
    as pedras da rua,
    ri, porque o teu riso
    será para as minhas mãos
    como uma espada fresca.

    À beira do mar, no outono,
    teu riso deve erguer
    sua cascata de espuma,
    e na primavera, amor,
    quero teu riso como
    a flor que esperava,
    a flor azul, a rosa
    da minha pátria sonora.

    Ri-te da noite,
    do dia, da lua,
    ri-te das ruas
    tortas da ilha,
    ri-te deste grosseiro
    rapaz que te ama,
    mas quando abro
    os olhos e os fecho,
    quando meus passos vão,
    quando voltam meus passos,
    nega-me o pão, o ar,
    a luz, a primavera,
    mas nunca o teu riso,
    porque então morreria.

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  4. Amo Neruda, não sabias que tu tambem. Obrigada por postar esses poemas.

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  5. Amo as poesias do Neruda e esta que a amiga Letícia postou é um dos meus preferidos:
    O teu riso - Pablo Neruda

    Tira-me o pão, se quiseres,
    tira-me o ar, mas não
    me tires o teu riso.

    Não me tires a rosa,
    a lança que desfolhas,
    a água que de súbito
    brota da tua alegria,
    a repentina onda
    de prata que em ti nasce.


    (...)

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