QUANDO UM AMIGO VOLTA

Me permitam externar um momento especial que tive há pouco, nessa noite de domingo. Há muitos anos que não via ou falava com uma pessoa muito querida. Sabem aquele sentimento que de vez em quando perpassa o coração ? Sempre me recordava suavemente dessa amiga. De repente, abro a correspodencia eletrônica e resplandece o contato desse coração guardado nas dobras do tempo. Luciene reapareceu. Está nos EUA.

Aproveito essa ocasião para tentar transformá-lo em reflexão à respeito de reencontros que nos remetem à cenas coloridas, risonhas, que marcaram nossa trajetória. O vento da nostalgia sadia sopra de maneira amiga e nos leva a recordar que os sentimentos puros, verdadeiros, sobrevivem à distância e enganam o tempo. Alem do mais, ficam para sempre. Representam uma nesga da imortalidade e um rasgo de sublime certeza de que o amor, a fraternidade legítima, as amizades reais viram tatuagem na alma. Nada apaga. Se acende com o brilho das estrelas no infinito da trajetória.

Ao longo das minhas experiencias, tive soberanas comprovações dessa realidade. E as amizades brilharam quando tinham de brilhar. Sabem aquela história de que o "amigo é aquele que chega quando todos vão embora, nos momentos difíceis " ? Pois bem. Vivi a amplitude e a beleza, o portento e a fluidez dessa amizade, desse momento.

Luciene reapareceu. Fez uma imensa festa no coração. Partilhou comigo, muitas vezes, nosso trabalho de visitação ao hospital para hansenianos aqui próximo à Recife. Compartilho com ela ( que postou comentário agora há pouco ) a alegria que me trouxe. Lembrou a primavera: fez brotar novamente as flores que olhamos juntos, em algum instante de nossa atual encarnação. As flores límpidas da amizade. Seja sempre feliz, amiga.