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quarta-feira, 25 de julho de 2012

CRIATIVIDADE E FUTURO

Assisti uma reportagem sobre o Azerbaijão, um país que viveu vários anos sob o domínio da antiga União Soviética e que, na década de noventa do século passado, lutou para deixar de ser satélite da cultura comunista e conquistar a liberdade. Passado este estágio, o povo Azé começou a redefinir seus caminhos. Uma de suas autoridades emitiu um conceito que achei belíssimo. Disse o líder: "Uma sociedade que se permite ser criativa tem futuro". Essa frase foi dita no contexto do momento em que Baku, capital daquele país, atravessa um período de grandes construções arrojadas. Por toda a cidade, erguem-se edifícios com linhas criativas, futuristas e com grande significado. O monumento da chama flamejante é uma construção gigantesca que se assemelha a uma chama ardendo ( belíssima ) e o centro de cultura, que une biblioteca e um teatro para grandes concertos, todo em linhas curvas e encantadoras. Interessante é que não são construções aleatórias para mostrar uma suposta grandeza. Não, são construções com objetivos bem definidos, relacionadas, em sua maioria, às artes e a cultura em geral. É como se a nação, sem negar sua história cheia de lutas, quisesse dizer a si mesma que seria capaz de encarar um futuro de progresso, de desenvolvimento cultural, científico e socialmente capaz. Não bastava a conquista da liberdade. Era preciso a afirmação de que os Azé estariam em condições de delinear a sociedade que gostariam de ser.

A criatividade de um povo, quando estimulado, é um grande patrimônio de uma sociedade. Os indivíduos, respeitados em suas peculiaridades, são capazes de transformar tudo em volta. Ter futuro é a chave para o dinamismo, para a esperança, para se superar qualquer obstáculo. Por isso, qualquer sociedade que é tomada pelo totalitarismo, torna-se desvitalizada, anemica, não produtiva e burocratizada. Alguem poderia dizer que a exceção seria a China. Permitam-me discordar dessa avaliação se ela aparecesse. A China é um país de um só partido, portanto, não é democrático, no entanto, quando foi que a China passou a ser a sociedade vigorosa e dinâmica que conhecemos na atualidade? exatamente quando abriu sua sociedade. Permitiu a energia criativa de seus empreendedores, o surgimento da iniciativa privada, das instalações de empresas estarangeiras, enfim, soltou a energia criativa do povo chinês. Embora seja um país de um só partido ( o comunista ) já não se pode dizer que é comunista. O Brasil é governado por um partido que se define como socialista mas não é socialista. Mais de 60 % do PIB chinês é produzido pela iniciativa privada. Mesmo assim, ainda que represente um caso parcial de exceção, nenhuma outra nação tornou-se progressiva sem liberar o poder da criatividade de seu povo, divisando um futuro que pode ser sempre melhor.

Cultura e criatividade. Feliz a nação que investe em cultura, que clareia os seus caminhos com o conhecimento, o respeito ao que pode produzir seus cidadãos, que ilumina suas cidades com as artes, com o fazer da alma, com a sensibilidade posta em movimento para edificar uma civilização. Criatividade diz ao povo que ele tem futuro...!

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