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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O FIASCO DA EDUCAÇÃO

Saiu o resultado da mais nova pesquisa global sobre educação. Agora, é a da consultoria Intelligence Financial Unit, prestigiada instituição que, de tempos em tempos, a realiza com 40 nações. E, sem novidade alguma, o Brasil ficou em penúltimo lugar, ou seja, ficamos à frente, apenas, da Indonésia. Trigésimo nono lugar entre quarenta países. O exame ocorre em cima de leitura, ciencias e matemática. Os primeiros colocados , portanto, com muito futuro pela frente, foram Finlândia, Hong Kong, Japão, Coréia do Sul e Cingapura. Ficamos entre os piores do planeta. São vários os requisitos avaliados, alem do desempenho dos alunos, a capacidade dos mestres, infra estrutura, etc.

A Alemanha, cerca de dez anos atrás, ficou bem atrás em relação aos outros países europeus. Isso provocou um imenso debate nacional sobre a educação no país ( que não era ruim, porem,necessitava de melhorias ). Foram tomadas decisões a partir desse debate e hoje a Alemanha melhorou seu desempenho consideravelmente, estando postada entre os melhores. Enquanto isso, no Brasil, a educação é tratada como fator de ideologias. Não se avalia devidamente os fatores capazes de promover o salto de qualidade que se precisa. Tem-se um medo tremendo de avaliar desempenho profissional do professor. Todas as outras profissões precisam de competência, por que não o professor? Boa remuneração a estes, condições para que ele viva com dignidade, estrutura para que explore o conhecimento, também devem ser levado em consideração. Cada governo que entra diz que a educação vai melhorar mas isso dentro desses padrões anacrônicos e ineficientes. O que esperar das cotas de até 50% das vagas para alunos de acordo com a cor da pele ou por ter estudado em escola pública ? Tende-se a piorar esse desempenho. Não se ataca o grande problema, que é o ensino público de má qualidade, com escolas de má qualidade e muitos professores com pouca eficiência e qualificação para ensinar. Claro que tem os bons. E creio que são muitos, no entanto, o nível dos mestres é preocupante.

Por que não se remunerar conforme capacidade, desempenho, conhecimento ? estimular o professor para seu aperfeiçoamento, para que busque ser cada vez mais qualificado, não através de cursos amorfos, mas com uma organização à toda prova. E o professor merece pois ele é o início de tudo, a base de todas as outras profissões. Na Coréia do Sul,  ele é reverenciado e tão atrativa é a função de professor que é a mais procurada para ser exercida, sempre bem remunerada e respeitada. Das mais valorizadas profissão. E o país não perde seus talentos pois se sentem compensados pela capacidade que apresentam. O resultado é que no início da década de setenta do século passado, a Coréia era mais atrasada que o Brasil. Hoje, é um país desenvolvido e uma potencia tecnológica.

O país assiste, aterrorizado, toda semana, uma enxurrada de escândalos, sempre envolvendo as mesmas pessoas,os mesmos nomes, quase os mesmos políticos, envolvendo empresários, secretárias especiais, ministros, etc. Cobre-se a ação da justiça brasileira. Que sejam devolvidos os bilhões de dinheiro público desviados ( o que não acontece, mesmo nos casos das condenações ). Agora, se não se investir num país educado, a corrupção permanece endêmica, intestina, no sangue da ignorância moral e sua perversidade.

Interessante observar que os países de mais baixo índice de corrupção são aqueles de melhor desempenho na educação. Cingapura, enquanto não havia investido numa educação de qualidade, era considerado um paraíso da corrupção. Dez anos atrás, fez a revolução educacional e melhorou extraordinariamente sua situação contra a praga que o Brasil conhece bem. Coréia do sul a mesma coisa. "Coincidentemente", os últimos lugares na avaliação internacional, tanto no Pisa quanto nesta última, são os países com maior tradição de corrupção ( Argentina, Colômbia, México, Brasil e Indonésia). Contra fatos não há argumento.

A prestigiosa pesquisa foi feita dentro do desempenho de 2006 a 2011. Quando me recordo que o ex-presidente Lula, fazendo a campanha do prefeito eleito de São Paulo ( que era o ministro da educação dele no período que engloba a pesquisa), disse que  Haddad teria sido o melhor ministro da educação da história do Brasil, termo que o Lula gosta de usar, fico imaginando, ante os dolorosos resultados apresentados, se ele tivesse sido ruim. Era fechar para balanço ou internamento.

Educação gera sociedade mais equânime, justa, igualitária, mais harmônica. Fora disso, é demagogia, exploração das necessidades sociais e engodo. É corrupção e frustração. Nossos políticos, de todos os partidos e espectros ideológicos, precisam pensar mais na sociedade e menos em seus interesses. Mais nas gerações que nas eleições.

Um comentário:

  1. E a tendência é piorar, com essa política de cotas, que em nada ajuda a nossa juventude, nossa educação e o sistema educacional. Infelizmente nossos Governantes querem resolver as distorções sociais criando outras distorções, esquecendo que crianças e jovens têm que aprender a pensar e utilizar a Inteligência inata a todo ser humana para desenvolver aptidões e engrenar o desenvolvimento da nossa sociedade em todos os aspectos da vida (Socioeconômico, Cientifico, Tecnológico, Ético, Moral).

    Vejamos a “atitude” do Diretor da Escola Estadual Tomé Francisco da Silva (Quixaba/PE), a metodologia utilizada hoje começa a gerar bons, excelentes frutos.

    http://radiojornal.ne10.uol.com.br/2012/11/06/escola-estadual-em-quixaba-no-sertao-e-vencedora-do-premio-gestao-escolar/

    Acorda Brasil, Acorda Povo...
    Forte Abraço
    Gustavo Cajueiro

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