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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O JOIO E O TRIGO

Existe função para todos os elementos da vida. Na verdade, isto é a maior comprovação de que o mal não é criação divina. É uma energia, gerada por uma atitude em distonia para com a suprema lei, desencadeada pelo livre arbítrio do ser humano. Está dentro das possibilidades condizentes a esta liberdade de escolha. A Grande Lei, como não poderia ser diferente, prevê esta possibilidade e, ainda que permitindo os descalabros da alma, utiliza a atitude infeliz realizada e seus efeitos para ensinar o ser, agregar experiencia, permitindo que sejamos construtores dos próprios caminhos, elaboradores do próprio destino.

O contraponto sempre ensina, embora, às vezes, duramente. A saúde debilitada nos faz refletir na importância da saúde; a sombra em que possamos mergulhar valoriza a esplendor da luz; a inquietação potencializa o valor da harmonia; os tempos da nefasta guerra impulsiona a necessidade da paz. Não que tenhamos que desencadear o mal para fazer o bem, porem, nos estágios em que nos situamos, lamentavelmente, no usufruto da liberdade mal utilizada, terminamos por precisar do contraponto. O joio e a importância do trigo. A erva daninha e a pujança da planta e seus frutos. Quem não combate as pragas vê seu jardim ou pomar morrer, perdendo a semeadura. O bom combate. O por-se em movimento. A dinâmica da alma que procura, busca, bate à porta, trilha a passagem da porta estreita.

O zelo pelo melhor. A atitude consciente pelo que já se compreende como o bem. Enquanto não se alcança a maturidade de se ansiar pela luz, atabalhoadamente buscamos a ilusão do poder, do gozo à todo custo, do machucar para sair ganhando. Nessa fase, semeamos o joio. Adiante, desejaremos o trigo. Então, começaremos a sua semeadura não sem antes limpar o terreno, suar para erradicar o joio. Primeiro, preparar o terreno que nossa incúria não cuidou. Depois, semear. Adiante, regar, acariciar, persistir. No futuro, a natural colheita. Sempre assim. Não se colhe o que não se planta. Não se ceifa onde não investiu.  natureza do que se colhe é sempre de acordo com a natureza do que se planta, por isso, não há injustiça na Lei de Deus.

Um comentário:

  1. Reflito que o mal atua quando subestimamos a sua existência, até mesmo nas pequenas atitudes do cotidiano... atua justamente quando não acreditamos na sua influência, enquanto energia sutil que nos circunda, buscando a comunhão com as nossas vibrações rasteiras, sejam em pensamentos ou enquanto ações de vontade; já que as nossas ações, em sua maioria, são apenas a materialização do que idealizamos previamente em nossas mentes. Opera quando aquele agir equivocado, conscientemente, passa a ser a regra, se tornando um habitus; quando não nos importamos com os resultados do que podemos praticar/ praticamos em erro; quando por ato de vontade persistimos em ações que ultrapassem os limites do que é digno a outrem só para a satisfação de um desejo; até mesmo quando nos omitimos diante de uma situação a qual deveríamos agir. O mal busca se manifestar à sombra do egoísmo humano: em quem acredita que jogando lixo no chão não está fazendo mal algum; em quem rasga o livro de uma pessoa, só pelo fato dela ser um concorrente no concurso, e sai clamando que é esperto, e que o outro “deu bobeira”, se achando o certo, e considerando aquele que se “distraiu” o errado; em quem desrespeita a crença alheia e instiga a intolerância religiosa, e incorre em crime, usando o escudo da “liberdade de expressão” (a qual tem limites); de quem subtrai dinheiro público em proveito próprio, enquanto muitos ficam à míngua, acreditando ser de seu “direito”, justificando tal atitude, no mínimo abjeta, com a frase: “o mundo pertence aos fortes, aos mais astutos”... dentre inúmeras outras infindáveis ações, as quais não há a percepção, daquele que assim age, da presença do mal atuando, exercendo o seu poder infausto e cheio de sutilezas. Considero o egoísmo a maior chaga da Humanidade; por conseguinte a nossa maior luta interna seria para combater esse sentimento que nos torna, em seu uso, tão bestializados. É complicado perceber como as pessoas que procuram ter uma vida pautada na virtude incomodam muita gente (isso lembra aquela música que cantavam na escola: “um elefante incomoda muita gente, dois elefantes incomodam muito mais, e por aí vai...”), e acabam por serem perseguidas, até marginalizadas, vítimas de calunias, injuriadas. P. ex. histórico: Sócrates. Enfim, é o reflexo do espelho que assusta; de alguma forma isso bem que remete ao retrato de Dorian Gray... não no sentido da busca da juventude eterna ( o que não tem nada a ver nessa discussão), mas na questão de querer ocultar os próprios desacertos, se possível, até de si mesmo, onde na obra em questão, toda a atitude escusa que Gray praticava gerava uma mácula em seu físico, que era transferida para o seu retrato, ou seja, o retrato era o espelho da sua alma, escondida em um corpo considerado perfeito e aparentemente angelical. Seria basicamente a desconsideração de que o mal existe e que devemos nos policiar, pois é bem mais cômodo acreditarmos que os nossos equívocos estão certos, e arranjarmos sempre uma justificativazinha para praticá-los, afinal “que mal há”? Vigiai, pois.
    Grande abraço a todos!

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