Vou viajar para Minas Gerais um tanto pesaroso. Recebi agora a pouco a notícia do desencarne de um dos mais queridos amigos do meu coração, o apóstolo Dr. Sarmento, de Maceió. Recebendo a informação, ergui o pensamento aos céus e não pude reter as lágrimas de uma intensa saudade do amigo e benfeitor. Ah! quantas vezes abriu-me as portas de seu lar para que eu e minha família pudéssemos desfrutar de sua luz, sua ternura, seu abraço amigo e seu entusiasmo pela tarefa do abrigo Francisco de Assis, onde semanalmente atendia as famílias carentes e os idosos amparados pela casa. Incansável, distribuía sopa e carinho pelas ruas da capital alagoana.
Passa um filme em minha mente e não posso conter a sublime gratidão que tenho para com sua alma acolhedora. O quarto perfumado e asseado com esmero e o almoço farto, regado a simpatia e amor. Não dá para não chorar. Escrevo esse texto com lágrimas abundantes. O que conforta, claro, alem de saber da imortalidade e do nosso reencontro adiante, é a certeza que tenho de que foi e está sendo recebido com festa na pátria espiritual pois é assim que os homens de bem são recebidos nos céus. Alem do mais, fico imaginando o seu encontro com sua Gleyde, a companheira amada, desencarnada alguns anos atrás e que tanta falta lhe fazia.
Sua família, as queridas Paula e Belinha, o seu Henrique amado, enfim, todos estão vivendo o momento da perplexidade pois o desencarne se deu de maneira inesperada. Deus o abençoe velho amigo. Vai receber, no coração, o abraço do nosso Jesus pela tarefa incansável, cumprida com determinação e devoção heróicas. Fico ainda por aqui, agora, tentando seguir-lhe os passos, imitar-lhes os gestos de despreendimento, lembrando-lhe a figura veneranda de sua ancianidade. E se posso dar-me o gesto de egoísmo, quando voce se refizer na transcendente pátria, ampare este seu amigo, para que ele não tombe, não erre muito, e seja um pouquinho mais digno do Senhor. Fica com nossas vibrações de amor e gratidão, Dr. Sarmento.
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