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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

MENTE E CÉREBRO

Eis uma questão que vem atravessando séculos e escolas do pensamento. Seria a mente e, consequentemente a consciência, um epifenômeno cerebral?  seria a mente algo independente do cérebro, dessa forma, abrindo perspectivas de sobreviver à decomposição do cérebro pelo fenômeno da morte? Escolas organicistas e espiritualistas se revesam ao longo do tempo na tentativa de chegar a uma resposta definitiva sobre o desafio. Naturalmente, a concepção materialista se estrutura em cima da visão em que somos uma resposta bioquímica a ação cega de forças desencontradas, sendo que, as escolas psicológicas de cunho fisiológico descrevem as diversas problemáticas do universo psicológico humano associadas aos fatores eminentemente estruturais na matéria. O apóstolo da ciência Sigmund Freud, embora sua contribuição inegável aos estudos da psique e de ter trazido respostas e conhecimento à respeito de muitos comportamentos do ser humano, não avançou na direção de certos desafios onde poderia oferecer, com o seu gênio, farta contribuição sobre a natureza da mente e a destinação do ser,se findando-se com a morte ou prosseguindo para além desta.

Jung, eminente discípulo de Freud, foi alem e, com todo respeito ao mestre, resolveu penetrar nas dimensões em que o pai da psicanálise estacou na soleira da porta. Carl G. Jung não só nos legou a abordagem sobre os arquétipos, dilatando o estudo sobre o inconsciente humano, como enveredou por aspectos da paranormalidade. Lhe chamou a atenção os fenômenos que se multiplicavam com o surgimento de diversos sensitivos e os estudo efetuados desde a metapsíquica de Charles Richet até os trabalhos altamente científicos de J. B. Rhine, o criador da parapsicologia. Inquestionavelmente, Jung ficara impressionado com os casos estudados de precognição e vidência, alem das pesquisas no campo da telepatia. Esses fenômenos instigaram a mente analítica do sábio e lhe abriram o senso de observação no que tange a possibilidade de outros horizontes ofertarem campo de entendimento alem do cartesianismo tradicional.

Jung experimentou em si mesmo a questão da memória extra física. É perfeitamente sabido o que viveu referente aos que espiritualistas chamam de viagem astral. O próprio Jung descreveu esse momento e nunca escondeu que vivia alguma coisa do que já havia sido descrito por outros pesquisadores. A reencarnação foi alvo de seu interesse, muito embora Freud tenha tentado desencorajá-lo desse caminho. Alem de alguns outros estudiosos da mente humana isoladamente terem adentrado nessas questões, como os cientistas que se dedicaram a estudar as várias vidas e a sensitividade de paranormais, dentre eles o prof. Banerjee, da universidade de Jaipur, na Índia, Ian Stevenson, Julita Kiskis, Helen Whambart, Jim Tucker, Patrick Druot e centenas de outros investigadores que sondam o que está alem da matéria, desde a década de setenta que o mundo conheceu aquela que seria conhecida como a quarta força da psicologia: a psicologia transpessoal, tendo como seus mais reconhecidos criadores, os drs Stanislaf Groff e Maslow. A abordagem da transpessoalidade procura olhar o ser humano como algo muito mais complexo, envolvendo a possibilidade da questão da consciencia independente do cérebro e a ele sobrevivente, alem dos "poderes"  da alma. A não localidade da mente, tambem estudada por vários físicos  quânticos, amplia a idéia sobre a vida e a nossa existência.

Cientistas do quilate de Amit Goswami ou de um Fred Wolf enveredam cada vez mais na convicção que a consciência não seria um sub produto do cérebro e sim a força que utilizaria esse cérebro para se manifestar, inclusive, sendo responsável pela sua sustentação. Ao invés de ser um efeito, a consciência seria a causa., o elemento organizador e que não estaria restrita a agir apenas enquanto enclausurada no cérebro. Para estes pesquisadores, a visão à distância, a telecinesia e a telepatia demonstram recursos da mente destacando-se das grades sensoriais do cérebro. Outro campo que tem ampliado os estudos à respeito são aqueles relacionados a EQM ( estudos de quase morte). A avalanche de casos em todo o mundo dessa natureza e que abrem desafios para os explicar adequadamente, indica que algo se manifesta na criatura demonstrando lucidez e inteligência, muito embora com o cérebro destroçado ou sem oxigenação. Recomendo a leitura dos livros dos médicos Reymood Moody Jr, Melvin Morse e, o mais recente, o do neuro cientista Dr. Eben Alexander que apresenta como diferencial o fato de que, ao contrário de dezenas de outros cientistas, como os citados acima, ele mesmo passou pela experiência, ficando em coma por sete dias, vitimado por uma menigite bacteriana, levando os médicos que o tratavam a desenganar a família quanto à sua vida. O livro do neurocientista intitula-se: "Uma prova do céu"publicado pela editora sextante.

Para nós, espíritas, claro já tínhamos de que o cérebro é o instrumento que a mente imortal utiliza enquanto na carne. A memória mais profunda pertence a alma, sendo que, enquanto estamos encarnados, a condição do cérebro é decisiva para a boa manifestação dessa mente. Conforme Allan Kardec nos aponta na sua obra "A Gênese", o espírito reencarnado encontra-se atrelado ao corpo físico célula à célula, dessa maneira promovendo estreita vinculação entre os implementos orgânicos e a alma. O espírito encarnado, no entanto, não se encontra totalmente encerrado à matéria como numa prisão inexpugnável. Existem possibilidades dele se evadir do "calabouço" físico em alguns instantes, devolvendo-o à sua natureza e, até, à sua pátria de origem. São os chamados estados de emancipação da alma, via o sono físico, ou mesmo os casos citados anteriormente de natureza paranormal, de sonambulismo, viagem astral ou visão à distância.

Todas estas circunstâncias indicariam que, embora o cérebro seja elemento importantíssimo para o ser humano, óbvio, ele não seria o fator causal da consciência ja´que são inúmeras as demonstrações de que esta se manifesta sem ele. A não ser que se enverede, como defendem alguns organicistas, para o quase miraculoso e sobrenatural, dando ao cérebro o poder de ler à distância, enxergar sem os olhos e, até, parar de funcionar e, ainda assim, registrar e pensar sem imputar a existência de algo para alem da matéria, como nos casos de EQM, não há como, nesses novos tempos da civilização, acreditar que a consciência esteja restrita à matéria, especificamente ao cérebro.

O amor e a saudade, a paixão e os sentimentos, o refletir e o construir teoremas não são resultantes de um quimismo cerebral, por mais complexo que o seja. São esses fatores que desencadeiam o quimismo e não este que produz sentimentos e idéias. Em síntese, é para este ângulo do ser humano que apontam as pesquisas desde o século 19 aos dias atuais, no âmbito da psicologia transpessoal, da física mais moderna, e da parapsicologia, alem, claro, dos experimentos espiritistas, sobejamente encontrados em profusão por aí.

Um comentário:

  1. Obrigado, querido amigo, por tamanha generosidade. Obrigado mesmo. Decerto que você não tem idéia do quanto me ajudou relativamente à questão mente/cérebro. Buscarei, amiúde, colaborar com o Senhor Jesus na libertação de consciências por intermédio de uma psicologia mais humana e espiritualizada, que constrói, edifica e liberta. Por enquanto, esta ciência da mente ainda é manca, na maior parte das universidades, por relegar ao plano do misticismo a problemática da espiritualidade. O materialismo impera fortemente na psicologia oficial. Quase ninguém ouve falar em Jung. Viktor Frankl praticamente não é citado nas academias. Ken Wilber é desconsiderado. Stanislav Grof é tido como psiquiatra louco. Walsh e Valguan não se sabe de quem se tratam. Charles Tart não se lê. Dean Radin é desconhecido. Russel Targ e Harold Puthoff estão à margem. Rupert Sheldrake não se ouve. Kenneth Ring é está mais para místico. Marc Seifer é visto como insano. Willis Harman, Masaru Emoto, Bruce Lipton, Norman Shealy e tantos outros, quem são eles? Rsrsrs. Não descansarei enquanto não der a minha cota de contribuição, que, certamente, será muito pálida diante de minha descolorida personalidade. Mas farei o que puder. Posso contar com sua ajuda? Rsrsrs. Obrigado, amigo. Obrigado. Até qualquer dia.
    Abç,
    Nilson.

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