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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

RENOVAÇÃO

O papa Francisco, quando de sua visita ao Brasil, externou que os padres e bispos deveriam ir às ruas, ao encontro dos necessitados. Através de outras ações e pensamentos, o pontífice sinalizou que a igreja tem necessidade de se reciclar, se reinventar. Sacudiu, de alguma maneira, suas bases. Se vai conseguir seus objetivos, não sei, mas ele nos recorda, com sua atitude, um ponto importante no tocante à dinâmica da vida : nada está estanque e qualquer movimento produzido pelos homens necessita, sempre, reavaliar-se, refletir sobre sua direção e se está contextualizado. Ou seja, atualizar suas averiguações à respeito de si mesmo.

Observando o querido movimento espírita, não podemos deixar de pensar sobre isso. O espiritismo é dinâmico por excelência. Longe de se institucionalizar, portanto, fugindo de qualquer engessamento, a doutrina afasta-se, naturalmente, de burocratizações. Isso no tocante à doutrina. Quanto ao movimento aí, são outros quinhentos, não é mesmo? Temos avaliado bem a direção que estamos imprimindo ao movimento? Temos reciclado o seu funcionamento? Temos algumas observações que, creio, mereça nossa atenção, até porque, as estatísticas do IBGE detectaram essa realidade: o nosso movimento, ao longo dos últimos anos, parece que não tem conseguido lidar da melhor maneira, em relação à juventude. O IBGE constatou que o público médio espírita, envelheceu. Cresceu, é verdade, e muito, porem, envelheceu.

Quanto à esse fator, já assistimos uma reação, lenta mas, acredito, consistente. Congressos tratando da juventude, eventos para a mocidade e renovação de departamentos pedagógicos, buscando entender o contexto atual e a linguagem mais apropriada a fim de entregarmos, da melhor maneira, aos jovens, o tesouro do pensamento espírita.

Outra coisa que precisamos nos debruçar para encontrarmos caminhos, é o fato de ainda não conseguirmos chegar às camadas mais simples da população. Sei que muitas instituições realizam trabalho na periferia, no entanto, tratamos , em geral, estas pessoas como assistidos e não, como estudantes das imperecíveis verdades. Óbvio que existem exceções. Será que, em geral, alem da cesta básica e da sopa, dos enxovais e dos medicamentos, importantíssimos para estes corações,  temos entregue oportunidades de mais amplo esclarecimento à esses assistidos ?

Nossas casas, como elas estão lidando com o analfabeto que recebe amparo em suas atividades ? Temos analisado como pensar uma didática que possa proporcionar a estes o entendimento da mensagem ? Existem pessoas simples, analfabetas, que até trazem o coração maduro para receber a consolação das claridades doutrinárias mas podem se envergonhar de perguntar algo, acreditando-se incapazes de se instruir.

Talvez eu esteja exagerando quanto a estas preocupações mas, o que acham voces disso ? mais que nunca, este é o momento de espalhar a alvorada dos ensinamentos imortais. A humanidade clama por amparo e esclarecimento. Em  todos os espectros sociais, devemos encontrar maneiras de chegar aos corações, às suas mentes, iluminando seus caminhos. Essa é uma tarefa imprescindível. Caímos, então, na indagação inicial: estamos, enquanto movimento, atentos a estes fatores ou, apenas, nos acomodamos as  práticas tradicionais de nossas instituições, nela permanecendo anos sem qualquer avaliação ou modificação decorrente de uma ação de aperfeiçoamento? Como temos encarado os novos desafios deste século ? Como temos recebido as pessoas nas instituições? Mantemos a espontaneidade ou estamos institucionalizando a doutrina, detendo-nos mais nas formalidades, na aparencia, nas "regras" que se tornam mais importantes que o amor?

Certa feita, escrevi um texto no blog em que eu falava da "ortodoxia' mal a ser evitado em nosso movimento. Um  companheiro postou uma pergunta indagando sobre o que eu queria dizer com o termo. Bem, aí está a resposta. Ortodoxia significa institucionalizar o espiritismo, tornando-o semelhante a outras escolas, inclusive, afastando-se da própria essencia doutrinária pois espiritismo não tem sacerdócio, rituais, órgãos que permitam isto ou aquilo ou que punam, de alguma maneira, instituições e pessoas. O movimento federativo, por exemplo, tem como finalidade, ajudar na união entre as casas espíritas, colaborando para um maior dinamismo do movimento, trocando experiências, facilitando, a partir daí, um processo de unificação das atividades, sem, com isso, querer qualquer uniformização.

Pois bem, como postei no parágrafo acima, multipliquemos os cuidados para que o amor permaneça orientando nossas atividades. O conhecimento sobre os princípios espiritas e o sentimento da mais elevada solidariedade, alem de renovação, reciclagem e avaliação constante com objetivo de aperfeiçoamento, proporcionará, com certeza, mais eficiente colaboração dos núcleos espiritistas para com a melhor difusão de seus postulados. Vamos pensar nas dificuldades que coloquei mais acima?

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