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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

SONHOS E SONHOS

A questão da interpretação dos sonhos é recorrente quando as pessoas sabem que somos espíritas. Muitos acreditam que sabemos interpretá-los e que isso faz parte das bases espíritas. Claro que isso é fruto da ignorância, do desconhecimento sobre o espiritismo e, até, sobre os sonhos. O espiritismo aborda a questão dos sonhos, é verdade, e não poderia ser diferente, pois estes fazem parte dos mecanismos dos estados de emancipação da alma. O problema é a maneira como entendemos o sonho. E não levamos em consideração a complexidade que o compõe.


Quando dormimos, deixamos o corpo em repouso, refazendo-se das lides cotidianas. Isso é sistema de recomposição traçado pela natureza. Agora, o que a alma faz quando se afasta do organismo físico durante o período do sono, é que são elas. E aí tem início as dificuldades para o devido entendimento desta condição diferenciada do espírito. Como sabemos, o cérebro físico não está devidamente aparelhado para suportar os dois gêneros de vida - a física e a espiritual - , bem como aguentar mais que um tempo - presente, futuro ou passado. Eis porque não nos recordamos de encarnações anteriores e dificilmente se penetra no futuro, com as exceções de praxe. Isso tudo devido as condições espirituais da grande maioria dos habitantes da Terra, almas pouco amadurecidas, pouco espiritualizadas e com muitos , e até graves, deslizes produzidos anterior a esta existencia na carne. A bondade do Alto preserva, através deste esquecimento e desta inibição dimensional, se assim podemos nos expressar, a integridade e o equilíbrio do ser.


Durante o período do sono, eis que a alma, de alguma maneira, retoma seu contato com a realidade espiritual ou com o seu psiquismo de profundidade, onde se encontram armazenadas as experiências milenares que trazemos. Tudo de bom ou de ruim que fizemos encontra-se no sublime arquivo da mente. No estado de emancipação do corpo durante o sono, estabelecemos relação com o ambiente terreno à nossa volta, para com outras esferas espirituais as quais estamos vinculados por sintonia, afinidade, ou efetuamos contatos com outras individualidades da Terra ou da dimensão extra física, de conformidade com nossas tendencias e aspirações. Há, em geral, muita intensidade de vida e movimentação durante aquilo que chamamos sono físico. Esse período exerce grande importância na disposição que apresentamos durante o dia, seja no que diz respeito às boas resoluções que tomamos ou seja quanto à comportamentos que não entendemos a razão de uma certa irritabilidade ou atitude infeliz que concretizamos. Segundo André Luiz, espírito, através do Chico Xavier, muitos crimes são arquitetados e estimulados nesta fase, obviamente, pela sintonia e disposição que a pouca moral dos indivíduos proporciona.


Como eu coloquei acima, o cérebro físico não aguenta uma percepção nítida das duas realidades. Por isso os sonhos muitas vezes são confusos, misturando ações que fazemos fora do corpo com registro do inconsciente. Eles, os sonhos, tambem podem apresentar uma carga de simbologia, que é a capacidade de filtragem da mente dos pouco educados habitantes do nosso mundo, apenas registrando, em forma de símbolos, o que escutamos e vemos no reino dos sonhos. Acrescentemos à tudo isso o fato de que, emancipados do corpo físico, podemos ter ou ver uma nesga de vivências de outras encarnações que tivemos, como se uma "brecha" no psiquismo permitisse tal fato. Esta percepção pode ser mais ou menos clara. Isto posto, já dá para entender porque é extremamente complicado se tentar decifrar sonhos, não é mesmo ?


Mas existem, ainda, os sonhos premonitórios. Estes trazem, muitas vezes, uma nitidez magnífica. Algumas pessoas apresentam uma peculiaridade quase sempre incômoda: veem com grande lucidez fatos que irão se produzir mais tarde. Recomendamos aos que simpatizam com os estudo relativos ao futuro, ler alguns trabalhos do pesquisador Hermínio Correa de Miranda, particularmente o livro " A Memória e o Tempo". É uma abordagem que ele faz muito interessante sobre as características do tempo, sobretudo, indicando evidências que o futuro já é, embora se preserve o livre arbitrio da criatura. Leiam a obra.


Portanto, sonhos e sonhos. Há os que são realidade do que faz a alma fora do corpo enquanto este descansa, e os há como consequencia das lembranças ou expressões de formas pensamentos que nutrimos como aspirações em nosso inconsciente. Há os sonhos relativos ao futuro e os há concernentes ao passado. Importante, em cima disso, entender que a maneira como vivemos no estado de vigília exerce direta importância no que serão nossas noites de sono. Quanto mais elevamos nosso ideal e forma de viver, mais nos preservamos de ambientes problemáticos e situações difíceis enquanto o corpo repousa, favorecendo a ação dos bons espíritos, que intentam, sempre, nos levar à ambientes de estudo e edificação. Nossas vibrações são fundamentais para esse mister. Orar antes de dormir, o fazendo com o coração e de maneira sentida, é elemento auxiliar poderoso. Mas acima de tudo, durante o dia, procurar viver da maneira mais edificante que pudermos. 

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