PARA QUE A HISTÓRIA NÃO SE REPITA

Há um dito na Terra que assim se expressa: A HISTÓRIA SE REPETE. E, realmente, folheando a história dos acontecimentos humanos, a máxima parece ser verdadeira. De alguma forma, o processo cíclico e em espiral do progresso favorece a repetição de alguns elementos e passagens, no entanto, há aspectos desse processo que parecem se repetir pelo livre arbítrio dos seres humanos, que parecem não ter aprendido a lição. Vê-se que me refiro aos fatos negativos da história.

Se nos determos, por exemplo, na história da cristandade, encontraremos esses fatores preocupantes: como as sombras agiram para desvitalizar o cristianismo, desencadeando uma verdadeira campanha para que a mediunidade, tão presente no cristianismo nascente, nas reuniões das singelas e pequenas igrejas primitivas, fosse desarticulada e, finalmente, deixasse de compor a experiência alimentadora que exercia nos cultos e estudos da Boa Nova até por volta do século IV da era cristã. Nas minhas andanças por aí, já escutei conversas referentes a propostas de que não se faz mais necessário reuniões mediúnicas na casa espírita pois o que tinha de ser entregue já o foi pelos espíritos superiores, então, bastaria agora os espíritas viverem e aprenderem a pensar a vida de conformidade com o que já fora trazido. Não parece um filme já visto? Em alguns casos, usa-se até a prudência ( necessária e fundamental, ressalvo ) para se defender colocar uma "tampa " no contato mediúnico pois, evitaria-se médiuns despreparados provocarem o surgimento de armas contra os postulados espíritas. Ou seja, pela dificuldade de uns, dificulta-se para todos...

Outros aspectos que devemos analisar, e aí não me refiro ao movimento espírita apenas ( não podemos excluí-lo pois é formado este pelos homens imperfeitos que somos) mas à todos os segmentos religiosos e filosóficos, seria a preocupação de que os interesses hegemõnicos, de natureza "política", predomine sobre os conhecimentos superiores que formam a base dos ensinamentos religiosos. Essa sede de comando favorece ações que minam a transcendencia dos ensinamentos e, breve, assistimos movimentos de escolas de ensinamentos espirituais aprisionadas nos interesses humanos, na dominação de consciencias, daí advindo mazelas próprias dessa postura: interesses escusos, materiais, e vaidades exarcerbadas, fazendo derrocar e enfraquecer correntes de pensamento que deveriam fortalecer mentes e corações.

Quando a reencarnação foi suprimida dos ensinamentos cristãos por um determinado concílio da agora igreja universal, a citada desvitalização se acelerou. Em lugar desse ensinamento que melhor demonstra a justiça e misericórdia de Deus foram colocadas idéias de "pensadores" da igreja. Os ensinamentos primeiros bastariam para os cristãos aprenderem a pensar por si mesmo ou a interpretar as Leis de Deus, daí nascendo as diversas teologias. Concessões humanas foram feitas, enxertando-os nos postulados sublimes trazidos pelo Cristo. O resultado, a história registra e todos nós conhecemos.

Cabe a todos nós, que nos interessamos pela transcendente mensagem dos espíritos, continuar seus estudos e atentos para que a história não se repita. Os espíritos que combatem a libertação da consciencia humana não se deram por vencidos e a estratégia volta a ser utilizada. O jogo das vaidades, as sugestões sutis de "reverenciar" a capacidade dos encarnados em não precisar mais do contato com a dimensão invisível, os estímulos aos movimentos dos donos da verdade absoluta, criando interesses de dominação e, até, a perda do senso crítico para proceder conforme, no nosso caso dos espiritistas, recomendado por Allan Kardec, mais a soberba de nos arvorarmos em julgadores de outras vidas e suas idéias representam instrumentos capazes de permitir que a história se repita naquilo que não deveria se repetir. Vale ainda, mais que nunca, a recomendação do Mais Alto: "Amai-vos e Instruí-vos". E quem preferir colocar a instrução à frente, desde que essa seja elevada e pertencente à verdade divina, desaguará, inelutavelmente, na outra recomendação: AMAR.