Lendo uma brochura publicada pelo meu mano desencarnado neste final de ano, o Antonino, intitulada " Cristão sem Fronteiras", me vi refletindo sobre a magistral experiencia de ser cristão. Magistral e difícil, para nós que trazemos diversas mazelas ainda encravadas na alma. Como há virtudes silenciosas a serem vividas! Aprender a chorar junto é uma delas. Muitas vezes achamos que ser solidário é despejar um caminhão de conselhos, apresentando um ar sacerdotal. Existem situações em que a melhor opção é o silêncio de quem está ombro à ombro, renteando com a dor do semelhante. É aquele silencio quen fala, canta, sussurra amizade e entendimento e, sobretudo, explicita a bela condição humana de todos nós.
No nosso caso, ser cristão não é ser anjo e sim, ser humano, com toda a beleza do que isso possa significar. Chorar junto é compartilhar a dor e, dessa maneira, dizer que ele não está sozinho. A presença silenciosa pode representar muito. Com isso não quero dizer que em toda as situações essa deva ser a atitude. Não. Quero dizer que, em certas ocasiões, vale muito se sensibilizar com a dor do outro e, com sinceridade, oferecer um ombro ou um lenço é o caminho. Dar um abraço apertado ou, até mesmo, não comentar sobre certos acontecimentos, pode representar, para quem sofre, o aceno de que não os julgamos e que nos interessamos por ele como filho de Deus que é e o ser humano que ele é.
Isto representa o coração acolhedor, saudável, que faz ao outro o que desejamos que se nos fizessem. Para quem lidera, em qualquer escola religiosa da |Terra, é um exercício da liderança saudável, que se faz igual, reconhecendo que, assim como nossos irmãos de jornada, nós tambem temos limitações e defeitos, dores e necessidades. A solidariedade é o mecanismo que nos serve de anteparo, de apoio mútuo, a fim de que a caminhada se faça menos pesada para todos nós. Jesus já fizera o alerta ao indicar:"Não julgueis para não serdes julgados pois com a mesma medida que medirdes serás medido".
Ser amigo! E ser amigo significa, como o sabemos, ser o outro vestido de nós. O outro precisa se ver no amigo. O amigo é ele se amando, no estado de carencia, mas sem abdicar da própria personalidade, da sua individualidade. Estamos interligados, como tudo no universo. Vamos chorar junto, o que não quer dizer "viver chorando, se lamentando", é óbvio. Simplesmente, estar junto, próximo, não necessariamente fisicamente, mas de coração, alma, vibração e ternura.
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