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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

EM UM LIVRO ANTIGO

Leiam esta pérola que encontrei perdida, numa página amarelada pelo tempo. Não sei quem é o poeta. Li e reproduzo a página


O teu silencio ensurdecedor cai em minmha alma como um trovão ameaçador.
Parece selva à noite, e mais ensurdecedor teu silêncio é que as grandes árvores.
Por que tão brutal silêncio, mais amplo que o silencio do deserto, tão incomunicativo quanto este...
Colocas intermináveis quilômetros entre o meu coração e o teu...No vazio de tua voz, 
na ausência de tua alma, no vácuo da tua impermanência...
Esse silencio me recorda as grandes estepes, onde a neve e o verde parecem indiferentes ao solitário viajante  que ousa atravessar-lhes os caminhos sem caminhos.
E pareces que desejas me punir com o teu silêncio de distância...
Ah, desejaria que fosse o calar das almas meditativas e não o linguajar ferido da dignidade.
Agora, mais que nunca, o teu silencio se parece com a voz da estrela mais distante, que não escuto,
que não percebo.
Aldebaram distante; Canópus entristecida; Beteguelze amortalhada...

Não desejo suportar esta ausencia embora a ausencia seja o texto final.
Em meio a dor de teu silêncio, pelo menos ele me recorda a eternidade, em que apenas o coração fala.

2 comentários:

  1. Oi amigo muito linda esta poesia ela realmente toca nas pessoas
    amei!!!!! Abraços muita luz!!!! Fantástica!!!!

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  2. Voltando para te desejar um final de semana com muita luz paz e amor em seu coração!!! Abraços!!!!

    Para refletirmos amei!!!!

    AUSÊNCIA

    Por muito tempo achei que a ausência é falta.
    E lastimava, ignorante, a falta.
    Hoje não a lastimo.
    Não há falta na ausência.
    A ausência é um estar em mim.
    E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
    que rio e danço e invento exclamações alegres,
    porque a ausência assimilada,
    ninguém a rouba mais de mim.
    Carlos Drummond de Andrade

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