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sábado, 17 de maio de 2014

TRISTE REALIDADE...2

Os jornais e canais de TV de Pernambuco vem mostrando a recuperação dos objetos roubados pela população durante os dois dias de greve da PM. Multidão posta-se à frente das delegacias e assiste a devolução ou recuperação das mercadorias. Uns são presos, outros, com medo das buscas policiais, jogaram os objetos em diversos locais, seja para livrar o flagrante, seja para buscar depois. Outros foram pegos com os saques ne própria residencia. Creio, mesmo, que alguns poucos mandaram devolver ou deixaram em locais o que pegaram por arrependimento ou forçado por alguem da família, que não concordou com o gesto desonesto.

Ao assistir jovens, adultos, senhoras saqueando as lojos, particularmente na cidade de Abreu e Lima, sorridentes, ante os olhares assustados das pessoas decentes, trabalhadoras e que jamais esperavam ver algo dessa natureza, senti grande tristeza e indignaçao. Será que se faz necessário a polícia pelas ruas para que as pessoas não peguem o que não lhes pertence? Assaltantes e pessoas já com desvios de conduta, seria de esperar mas cidadãos, sem qualquer envolvimento anterior com crimes e roubos? O pior que não é algo isolado, ou seja, só dos cidadãos pernambucanos. O mesmo ocorreu no Rio de Janeiro e na Bahia, só para ficar em fatos mais recentes.

O ocorrido nos leva a pensar no nível real da honestidade, da integridade da nossa sociedade. Já postei que o problema é muito complexo e diversos fatores devem ser levados em consideração. Só não podemos é achar que porque é pobre o cidadão faz isso. Essa é uma resposta simplória e não corresponde à realidade. É até uma colocação preconceituosa. Nas favelas e comunidades outras de baixa renda vivem milhões de trabalhadores honestos e que jamais pegaram o alheio ou saquearam pelo fato de viverem em condições sócio econômicas difíceis.

Por outro lado, crimes bárbaros ocorrem na classe média e nas camadas mais altas da pirâmide social. Penso que enquanto os estudiosos não levarem em consideração a necessidade da implementação de valores da religiosidade como mais um instrumento importante para a edificação de um cidadão honesto e íntegro, haverá dificuldade maior para a solução do problema. Sei que muitos dos pesquisadores tem até um certo preconceito quanto à religiosidade. Até entendo pelo fato de observarem a história e verificarem a contribuição infeliz e nefasta de seguidores de diversas formas de crença para as guerras e atitudes criminosas junto à humanidade. Alem das atitudes equivocadas de indivíduos religiosos, isto em seu dia a dia.

Há que se distinguir religiosidade e pertencer a religiões. No primeiro caso, temos a busca da vivência da espiritualidade das religiões, que significa os elementos da ética e da moral. No segundo caso, a adesão pura e simples a um templo não edifica, por si só, a criatura. Mas não me refiro, apenas, a frequentar ou ter sua religiosidade. Desejo voltar-me, ainda, para a experiência da família quanto às crenças e a espiritualidade destas. Estudos comprovaram o valor da religiosidade no tocante a inteireza do indivíduo. Empresas, baseadas nessas pesquisas ou em suas observações quanto às atitudes dos funcionários religiosos, passaram a valorizar, muitas delas, num candidato às vagas, se o mesmo teria alguma ligação religiosa, independente de qual religião pertença. O religioso tende a ser mais honesto, faltar menos ao trabalho, ser mais honesto em seu compromisso profissional. Isto é fato. Até quando adoece, se recupera mais rápido.

Tambem isto não quer dizer que não tenhamos exemplo ao contrário do que coloquei acima. Claro que, lamentavelmente, muitos de nós que nos afirmamos religiosos em templos, não levamos para outros ambientes do convívio social essa suposta crença. Isso tambem é fato. Bom,, mas voltando a questão da família, quando ela se descuida de apresentar Deus aos filhos desde pequeno, colabora, mesmo sem ter noção disto, para a "flacidez" moral que eles apresentarão ao longo da vida. E se os pais, desde quando os filhos são menores, não os incentiva ao mais comezinho dever de cidadão, respeitando as leis, sendo obsequiosos, educado, entregarão, quase sempre, cidadãos desajustados ou em falta com o bom convívio social.

Cada vez mais fortalece-se em mim a convicção de como a família é a grande pilastra da sociedade harmoniosa e melhor. Acima das igrejas, de partidos políticos, instituições outras. Nada substitui a estrutura familiar como elemento capaz de produzir um ser humano íntegro e valioso. Na intimidade do lar forja-se o santo ou o renegado, o cidadão ou o que agride a sociedade. Claro que não estou colocando de maneira rígida tal pensamento. Às vezes, a família procura ensinar o melhor aos filhos e estes, face aos fatores do histórico espiritual ( reencarnação) terminam por colocar resistencia aos valores éticos que lhe são ensinados no grupo familiar. Em geral, no entanto, a influência positiva do lar sobre a personalidade da criança e do jovem introduz um adulto mais equilibrado e harmonioso nos implementos da sociedade.

Temos aí, no entanto, um elemento importante para avaliar: se a família é desestruturada, alimentadora de relações difíceis no lar, sem os valores da ética, da religiosidade, aí fica mais complexo obter uma resposta sadia dos filhos. Dentro do mesmo ponto de vista que coloquei acima, há excessões. O espírito, mesmo nascido e vivendo em uma família desestruturada, supera, por aquisições próprias, as limitações morais e emocionais do grupo onde está inserido. E de uma família problemática, surge um indivíduo que procura fazer o oposto do que viveu. E quando casa, procura construir uma relação amorosa, carinhosa e saudável na família que edificou ao lado da companheira.

Mesmo sendo assunto desconfortável, as situações amargurantes servem como temas de estudo e avaliação, sinalizando onde devemos trabalhar com afinco na superação dos males. Por isso retornei ao tema, a fim de concluir o raciocínio e abordar estes aspectos.

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