Muitos espíritos nobres, quando na Terra, sentiam uma saudade diferente de algo que não sabiam definir. Uma atmosfera estranha os envolvia. Sabemos, hoje, que essa melancolia tem algo a ver com a realidade que deixaram na dimensão invisível. A experiência na carne é sempre pesada, sufocante para quem experimentou, de alguma maneira, o ar rarefeito de bondade e real fraternidade das esferas luminosas.
Fico a pensar na dor interior vivida por essas almas grandiosas. Se nós, que somos tão pequeninos, temos nossa melancolia em que a vontade de se "livrar" um pouco do peso natural do mundo físico, imaginemos os corações superiores? De alguma forma é como viver no amanhã. O futuro é uma ansiedade por dentro do ser. Fundamental, no entanto, renovar as forças, respirar fundo e recordar a benção que é estar reencarnado, com sublimes possibilidades de evolução.
No livro Evangelho segundo o espiritismo há uma mensagem magnífica que trata sobre a melancolia. Uma reflexão linda e clara sobre esse sentimento que muitos sentem e não sabem precisar. A alma anseia a liberdade da sua pátria natural - o mundo espiritual. Isto não quer dizer que deva se entregar à melancolia por completo pois, caso contrário, poderá ser um indutor para a depressão, grave enfermidade do espírito.
Viver no amanhã é uma experiência talvez mais comum do que se pensa. Importante saber que esse amanhã ficará mais lindo se tecermos ele com as boas obras do presente, ampliando a cultura dos sentimentos elevados e o conhecimento libertador da verdade espiritual. Nada de perder o contato com o presente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário